Idosas japonesas estão praticando pequenos crimes para serem presas e se livrarem da solidão

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Por AE Brasil el 03 de November de 2022 a las 20:49 HS
Idosas japonesas estão praticando pequenos crimes para serem presas e se livrarem da solidão-0

No Japão, mulheres idosas estão praticando pequenos furtos para serem presas propositalmente. O motivo para isso: elas se sentem sozinhas ou "invisíveis" em suas casas. 

Hoje, nas cadeias do país, a cada cinco presas, uma está na terceira idade.

Normalmente elas cometem pequenos delitos, pelos quais são rapidamente julgadas e condenadas. Na cadeia, encontram companhia de outras mulheres, alimentação regular e apoio às necessidades básicas. 

O Japão abriga a maior população idosa do planeta – com 27,3% dos seus habitantes com 65 anos ou mais. Por lá, os cuidados com os mais velhos é de responsabilidade da família ou da comunidade. O número de pessoas da terceira idade que vivem sozinhas no país já passa de 6 milhões. 

Uma pesquisa realizada em Tóquio apontou que mais da metade dos idosos pegos furtando vivem sozinhos. Desse total, 40% não têm família ou raramente conversam com seus parentes. Boa parte sofre ainda com a situação de pobreza em comparação ao restante da população. 

Alguns exemplos: 

Uma idosa de 80 anos foi presa quatro vezes por furto e recebeu pena de dois anos e meio de prisão. Ela disse que é mais fácil viver presa, já que cuidar do marido doente era um fardo pesado. “Aqui posso ser eu mesma e respirar, pelo menos temporariamente. Meu filho me diz que estou doente e deveria ser internada em uma instituição para quem tem problemas mentais. Mas não me acho doente. Acho que minha ansiedade me fez começar a furtar"

Outra, de 79 anos, pegou pena de um ano e cinco meses de prisão. Para ela, a prisão é uma espécie de oásis: “não tenho com o que me preocupar. Tenho muitas pessoas para conversar. Eles me dão uma alimentação nutritiva três vezes por dia."

O governo japonês agora está estudando como lidar com o problema, dado que o custo de manter idosas presas subiu 80% entre 1995 e 2015. 

 

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Fonte: UOL 
Imagem: Shutterstock.com