“Corporações multinacionais” fazem tráfico de imigrantes no Mediterrâneo

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Por AE Brasil el 03 de November de 2022 a las 20:49 HS
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Corporações multinacionais” fazem tráfico de imigrantes no Mediterrâneo Além de ser uma das maiores tragédias da humanidade, o tráfico de pessoas pelo Mediterrâneo é um negócio de proporções gigantescas, que deu lugar à atividade de empresas verdadeiramente multinacionais com capacidade de faturar até 650 milhões de dólares por ano.

 

Exatamente por causa de seu caráter corporativo e multinacional, encontrar os “executivos” desses conglomerados tanto empresariais quanto criminosos se torna algo de enorme complexidade, à medida que suas redes de contrabando estão cada vez mais vinculadas com o crime organizado da Líbia e da Itália.

 

O livro “Confissões de um Traficante de Pessoas” (Confessioni de um Trafficante di Uomini, no original), escrito pelo italiano Giampaolo Muscemi, que se infiltrou no tráfico de imigrantes por dois anos, narra todos os detalhes desse tipo de corporação, que, como toda empresa que se preza, baseia-se sempre em na boa reputação: viagens “seguras” e chegadas “garantidas”.

 

Porém agora não mais. No último ano, o fluxo de imigrantes fugidos da Líbia cresceu tanto que os traficantes não têm mais nenhuma reputação com a qual se preocupar: eles simplesmente não dão conta de atender a demanda e, depois de cobrar 800 dólares por cabeça, obrigam as pessoas a embarcarem com armas.

 

O grande negócio foi montado com a ajuda de grupos criminosos e as limitações das autoridades nacionais. “Quando os governos fecham rotas, o negócio se torna mais rentável porque a viagem fica mais longa e perigosa. Você não pode pará-lo, a única coisa que pode fazer é administrá-lo o melhor possível”, afirma Muscemi.

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FONTE: BBC

IMAGEN: Shutterstock