A vida aterrorizante de uma trans em uma prisão masculina

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Por AE Brasil el 03 de November de 2022 a las 20:49 HS
A vida aterrorizante de uma trans em uma prisão masculina-0

A prisão costuma ser um tormento, especialmente para os presidiários considerados como os “fracos” da cela. No entanto, para algumas pessoas essa experiência pode ser ainda mais apavorante: Emilce Lobos é chamada assim desde os 16 anos, quando decidiu deixar de ser Daniel Hernando e se tornar a mulher que sabia que era. Há cinco anos ela está detida em uma penitenciária, acusada de um suposto homicídio, apesar de ainda não ter sido condenada.

 

No início, ela foi colocada em celas comuns, onde sofreu todos os tipos de abusos. Emilce não só era tratada de modo depreciativo, mas também sofreu estupros tanto pelos detentos quanto pelos guardas, que apareciam no meio da noite para assediá-la. Ela também foi negligenciada fisicamente, sendo-lhe negados seus medicamentos para o HIV e os hormônios para o seu tratamento.

 

O maltrato que sofreu foi tão grande que certa vez uma de suas próteses mamárias foi deslocada com o golpe forte de um guarda. Além disso, não lhe davam permissão para estudar nem para trabalhar como os outros detentos. Por isso, ela decidiu iniciar uma greve de fome, algo que fez com que ela terminasse internada com anemia aguda.

 

Agora, Emilce foi transferida para uma cela de trans e homossexuais dentro da qual afirma que sua vida melhorou muito. “Aqui em Ezeira somos mais bem tratadas. Somos umas trinta. Há um tempo me casei com Walter, que se passou por gay e está preso comigo”, ela conta.

 


FONTE: lanacion.com.ar